quarta-feira, 10 de outubro de 2012
(Tv Memória)
O Fim da Tupi do Rio
Rio de janeiro, 12h36min do dia 18 de julho de 1980. Na TV Tupi centenas de rostos expressavam inquietação, nervosismo e cansaço extremo. Muitas daquelas pessoas, já de cabelos brancos e que choravam copiosamente, testemunharam o nascimento e naquele momento testemunhariam a morte daquela emissora. 18 horas de vigília dos funcionários, transmitida ao vivo e comandada pelo apresentador Jorge Perlingeiro, num esforço hercúleo para tentar salvar a televisão pioneira dos brasileiros não foram suficientes para demover o Governo Federal da sombria decisão de impedir a renovação da concessão do canal.
O destino daquela Rede, fundada 30 anos antes pelo jornalista Assis Chateaubriand Bandeira de Mello estava selado! Enquanto isso, em suas casas, os telespectadores assistiam aflitos e comovidos a essa cena agonizante, que certamente foi a mais triste e dramática história já transmitida por uma estação de televisão – seu próprio fim. Em seus derradeiros instantes, o ator e locutor Cévio Cordeiro ainda lia uma mensagem direcionada ao Presidente da República implorando para que o pior não acontecesse.
Enquanto isso em um GC que bailava de forma intermitente na tela do televisor, os telespectadores podiam ler uma mensagem que dizia “Até breve telespectadores amigos. Rede Tupi”. Nesse momento um engenheiro do Dentel (Departamento Nacional de Telecomunicações), sob ordem do então Presidente da República, João Baptista Figueiredo, retirava equipamentos vitais para o funcionamento do transmissor e consumava a lacração da TV Tupi do Rio de Janeiro. A de São Paulo (Pioneira da América do Sul e quinta televisão do mundo), já havia sido retirada fora do ar horas antes, bem como as TVs Piratini (Porto Alegre), Itacolomi (Belo Horizonte), Marajoara (Belém), Ceará (Fortaleza) e Rádio Clube (Recife).
Por: Hugo Kochenborger da Rosa
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